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A porcentagem da população brasileira que investe em produtos financeiros saltou de 31% para 36% entre 2021 e 2022, segundo a 6ª edição do Raio X do Investidor Brasileiro. Esse aumento percentual corresponde a novos 8 milhões de brasileiros, com isso o número total de investidores no Brasil chega a 60 milhões.
A pesquisa realizada pela parceria entre a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) e o Datafolha, ainda indica que a classe C é o estrato socioeconômico que mais influenciou nesse crescimento. Cinco milhões de novos investidores estão classificados nessa categoria. Além disso, entre 2021 e 2022, a porcentagem da população que não conhece ou não utiliza nenhum investimento caiu de 66% para 58%.
O aumento da população brasileira sobre investimentos projeta um alerta em relação a golpes financeiros. Em redes sociais, como Instagram e Facebook, além do e-mail e aplicativos de mensagem, são aplicados esquemas de fraude, que prometem ganho fácil de dinheiro por parte dos interessados.
O Grupo Banco Mundial alerta que muitas tentativas de golpe utilizam indevidamente o nome de organizações financeiras e de seus funcionários. Além disso, são criados formulários, pesquisas e papéis timbrados com falsas informações e com a presença de um design sofisticado, que acabam enganando muitas pessoas.
Segundo a Lei 1.521/51, é proibido “obter ou tentar obter ganhos ilícitos em detrimento da população ou de número indeterminado de pessoas mediante especulações ou processos fraudulentos (‘bola de neve’, ‘cadeias’, ‘pichardismo’ e outros equivalentes)”. Apesar da legislação, os esquemas de fraude seguem fazendo vítimas ao redor do Brasil.
Pesquisa divulgada pelo Serasa, no início deste de 2023, aponta que 40% da população brasileira já sofreu algum tipo de golpe financeiro. As táticas empregadas pelos esquemas são conectadas a assuntos atuais, além de novidades do mercado.
Vários esquemas são utilizados por golpistas atualmente, sendo alguns notoriamente conhecidos e com volume alto de denúncias nos Ministérios Públicos Estaduais e Federal. Conhecer as táticas é uma forma de proteção contra os golpes.
O esquema da pirâmide, também conhecido como esquema Ponzi, em referência ao italiano Charles Ponzi, é empregado desde o século XX e funciona camuflado por meio da venda de produtos, como cosméticos, ativos de investimento e criptomoedas.
O esquema da pirâmide tem o seguinte funcionamento: o fundador está no topo da pirâmide e forma o degrau inicial; em seguida, ele convida outros participantes, que devem fazer um investimento inicial e repassar uma parte desse dinheiro; daí em diante, os convidados lançam novos convites e recebem uma parte do investimento daqueles que aceitam participar.
Conforme a base da pirâmide (novos participantes) cresce, o valor recebido pelo topo dela (fundadores e os primeiros participantes) também. Porém, o retorno prometido aos participantes é impagável, tendo em vista que o valor atinge uma casa decimal muito alta. Com isso, apenas os primeiros participantes lucram, enquanto a base da pirâmide sofre prejuízo, como afirma o analista Mateus Santos ao portal UOL.
De acordo com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o esquema fraudulento da pirâmide continuou sendo um dos golpes mais denunciados aos Ministérios Públicos Estaduais e Federal em 2022.
A recomendação de entidades do setor financeiro é que o cliente conheça os tipos de investimentos existentes no mercado e desconfiem de ofertas de lucro exorbitantes. O ideal para começar a aplicar dinheiro é procurar uma plataforma de investimentos e seguir uma carteira de ações recomendadas a fim de minimizar riscos inerentes ao setor.
O Banco Central (BC) iniciou uma operação de consulta da população, ainda no ano passado, sobre a disponibilidade ou não do recebimento de quantias “esquecidas” em contas bancárias finalizadas. Golpistas aproveitaram o Sistema de Valores a Receber (SVR) para colocar em prática esquemas de fraude e arrancar quantias altas de usuários.
De acordo com o BC, os responsáveis pelo golpe do SVR utilizam o aplicativo de mensagens WhatsApp para colocar em prática a fraude. O esquema começa com o envio de uma mensagem pelo golpista, pela qual informa falsamente à vítima que existe uma quantia a ser retirada instantaneamente por ela via Pix.
O golpista solicita que o usuário encaminhe a mensagem para outros dez contatos do WhatsApp. Junto ao texto, é enviado um link a partir do qual o golpista garante acesso a senhas e informações bancárias da vítima. Segundo o BC, o esquema de fraudes pode também instalar vírus no celular dos fraudados.
A instituição destaca ainda que a foto do perfil de WhatsApp do golpista, normalmente, é a logomarca do próprio Banco Central, o que confunde as vítimas. Durante 2022, o BC recebeu um volume quatro vezes maior do que a média de denúncias em relação a tentativas de fraude sobre o Sistema de Valores a Receber.
Segundo o Banco Mundial, a polícia estima que milhares de solicitações de fraude financeira são enviadas por e-mail e redes sociais todas as semanas e são endereçadas a indivíduos e empresas em todo o mundo. O Pix, lançado em 2020 pelo Banco Central, tornou-se um instrumento desse tipo de golpe na internet.
A ferramenta de transferência monetária instantânea realiza um pagamento eletrônico instantâneo em tempo real. Tendo conhecimento da chave digital de uma pessoa cadastrada no Pix, é possível enviá-la dinheiro.
De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), os bancos investem cerca de R$3 bilhões de sistemas de segurança voltados à tecnologia da informação anualmente. Ainda segundo a instituição, os números de ataques oriundos de engenharia social no Brasil mais do que dobraram entre o segundo semestre de 2020 e os primeiros seis meses de 2021, atingindo 165.
Em várias situações, os participantes de esquemas de fraude enviam por rede social ou SMS mensagens anunciando um “bug” no Pix, a partir do qual as pessoas poderiam arrecadar o dobro de uma quantia enviada pela ferramenta. Com isso, os golpistas repassam a sua chave digital e esperam as vítimas enviarem o dinheiro.
A Febraban aponta que a reconquista do dinheiro roubado da vítima varia conforme as políticas de cada banco. Além disso, as análises dos casos são individuais e dependem das evidências investigadas pela instituição.
A Comissão de Valores Mobiliários CVM) e a Anbima produziram uma iniciativa educacional, pela qual foi criado um site de uma empresa fictícia que oferecia lucros altos e fundos de ações aos interessados.
O site permaneceu no ar entre novembro de 2022 e fevereiro de 2023, recebendo 884.949 visitas. Desse total, 48,8% clicaram em “investir”, caindo no falso golpe. Em seguida, os usuários tinham acesso a uma página com informações, alertas e indicações sobre esquemas de fraude relacionados a investimento.
As instituições financeiras elencaram dicas para as pessoas não caírem em golpes, como ter cuidado com promessas de lucro alto, desconfiar de informações distorcidas ou insuficientes sobre o investimento e não se apavorar com ofertas com alto teor de urgência, uma estratégia para captar a atenção e interesse das vítimas.
O cuidado com as informações pessoais é outro ponto-chave, afinal, deve-se ter cautela ao repassar o número do CPF ou do RG em sites ou formulários na internet. A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) adverte e regula o compartilhamento de informações e dados pessoais, como nos campos de mensagem da internet, como destaca a Abefin.